História para Criancinha do Século XXI, ,Giov. D'And., AsT, 41x35cm.
Num dia como outro qualquer, o bicho mau com fome que estava, observou agudamente o pássaro a passar, que de pronto sentiu a intenção do bicho. E, como dizem por aí, para toda ação existe uma reação!
Então, ela, a ave assustada, logo abriu o bico – gritando palavras feias para se defender – enquanto saía de lado, cambaleando com suas asas abertas. – Eu não gosto de gente que fala coisa feia, a pessoa fica feia.
As reações da natureza foram as mais diversas:::, juro:
A árvore ao longe, penalizada, logo pôs a mão na cabeça, de susto, que horror, balbuciou entre dentes, meneando a cabeça, mas continuou plan – ta – da.
A outra, a esguia árvore, nem esquentou. Descansada que é, pescando estava, pescando continuou. Deve ter pensado: Se eu posso matar o peixe, o bicho, que nem por isso é mau, pode se saciar do pássaro. Afinal, quem mandou ele ser fracote?
A lua lacrimosa com seus cabelos longuíssimos e escovados não podia fazer muita coisa mesmo, a não ser chorar pela desgraça do mundo. Ela até pensou em dar o pulo do gato, mas ela achava que só gatos poderiam dar o pulo do gato. Sentia-se só no Universo, por isso sem força. Mal sabia ela que outros astros pensavam a mesma coisa...
O sol, negro, abaixou a cabeça curioso. Ele na verdade não faria nada mesmo, mas ficou só do alto olhando e pensando em fazer alguma coisa. – Acorda sol, o dia já vai raiando... e a noite já partiu faz muito tempo. - Acorda para a vida! Ilumine-se e ilumine a estrada, todos possuem luz interior!
A nuvem, aquela então é que nunca fará nada pela discórdia. Ela é elegantíssima, nunca perde a pose e nem quer cansar sua beleza, estragando sua cútis aveludada de pêssego nórdico... - Eu não tenho nada com isso mesmo, dane-se!
Se é assim na selvagem natureza, onde se mata pela pequena necessidade da fome, imagine só, num mundo altamente civilizado, da fibra ótica e do on line, das idas ao Marte e das vindas das clonagens..., das curas descobertas e das filosofias pensantes, onde temos tantos grandes motivos fúteis ... – Eu hein... hem...