A arte mais bela é o amor ao próximo.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

O MOVIMENTO NO ABSTRATO CÓSMICO

ABSTRATO CÓSMICO

VITRAL CÓSMICO

Não, não, e não... Definitivamente não posso negar, ainda que assim o quisesse... Sempre fui fascinado pelas estrelas... Ah, tempo ido, tempo bom em que eu me deitava no chão do terraço de minha casa para admirá-las, sem o menor compromisso, nem comigo nem com as próprias estrelas. Era um amor assim, sem apego. Eu aqui. Elas lá. E minha admiração nos unia. Algumas se moviam, ou pelo menos pareciam se mover e: Onde há vida, há movimento. Isto também, muito me serviu de inspiração. A própria Terra a se mover, ainda que não percebamos... E os átomos? Os elétrons ao redor do núcleo em órbitas circulares, num microssistema da perfeição da natureza tão grandioso quanto a imensidade dos Cosmos.

Assim, segue o rumo, o destino e o ciclo da vida: Parecemos imóveis, mas há uma infinidade de complexos movimentos nesta aparente imobilidade. Para se ter uma breve noção desses movimentos, tenhamos como:

Os Onze Movimentos Principais da Terra

1M. Distando de 37 milhões de léguas do Sol, e percorrendo esta distância ânua numa velocidade de 643.000 léguas por dia, ou 26.800 léguas por hora, ou 29.450 metros por segundo, em 365 dias, 6 horas, 9 minutos e 10 segundos, o globo terrestre volta ao “mesmo” ponto inicial de sua órbita relativa ao Sol, e continua a correr...

2OIS. Este movimento não se processa na mesma trilha sideral, porque o Sol, se desloca no espaço, seguindo uma linha oblíqua em direção à Constelação de Hércules, resultando, então, que a Terra ao invés de percorrer uma curva fechada, descreve, ela, uma espiral, jamais passando duas vezes pelo mesmo caminho, desde que existe.

3RÊS. Na rotação, o nosso globo gira em torno de si mesmo em vinte e quatro horas, e nos dá a sucessão cotidiana dos dias e das noites.

4UATRO. Sofrendo uma inclinação de 23º 27’, a Terra não gira sobre si mesma em vertical, como um pião em cima de uma tábua, mas inclinada. Só que esta inclinação também não é estável, varia de ano em ano, de século em século, oscilando lentamente.

5INCO. A órbita percorrida pela Terra anualmente em torno do Sol não é circular, mas elíptica. Essa elipse também varia no decorrer dos anos e dos séculos; ora se aproximando da circunferência de um círculo, ora se alongando até uma grande excentricidade, como se fosse um aro elástico que se deformasse mais ou menos.

6EIS. Essa própria elipse percorrida pela Terra não é fixa no espaço, mas gira em seu próprio plano, em um período de 210 séculos. O periélio, que, no começo da nossa era, estava a 65 graus de longitude, a partir do equinócio de primavera, passou agora a 101 graus. É uma deslocação secular da linha das apsides.

7ETE. Foi dito que o eixo de rotação do nosso globo é inclinado, e é sabido que o prolongamento ideal desse eixo vai direto à Estrela Polar. Esse eixo mesmo não é fixo, gira em 257 séculos e meio, conservando sai inclinação de 22 a 24 graus; de sorte que seu prolongamento descreve na esfera celeste, em torno do polo da elíptica, um círculo de 44 a 48 graus de diâmetro, conforme as épocas. É em consequência desse deslocamento do polo que Veja se tornará estrela polar, daqui a mil e duzentos séculos, qual já o foi há mil.

8ITO. Devido à influência da Lua sobre a inflação equatorial da Terra, o da mutação, faz descrever ao polo do equador uma pequena elipse em 224 meses.

9OVE. Devido igualmente à atração da Lua, muda incessantemente a posição do centro de gravidade do globo e o lugar da Terra no espaço. Quando a Lua nos está adiante, acelera a marcha do globo; quando se acha atrás, nos retarda, ao contrário, qual um freio. Quando a Terra passa entre o Sol e Júpiter, a atração deste, apesar da distância de 155 milhões de léguas, faz a Terra desviar-se 2’10” para além da sua órbita absoluta. A atração de Vênus a desvia 1’25” aquém. Saturno e Marte atuam igualmente, porém de modo mais fraco.

10EZ. Pesando o conjunto dos planetas quase a sétima-centésima parte do peso do Sol, o centro de gravidade em torno do qual a Terra circula anualmente nunca está precisamente no centro do Sol, mas distante desse centro, e muitas vezes mesmo fora do globo solar. Na verdade a Terra não gira em torno do Sol, mas os dois astros, Sol e Terra, giram em torno do seu centro comum de gravidade. O centro do movimento anual do nosso planeta muda, pois, de lugar, constantemente.

11NZE. Considerando-se que o conjunto dos planetas quase a sétima-centésima parte do peso do Sol, o centro de gravidade do qual a Terra circula anualmente nunca está precisamente no centro do Sol, mas distante desse centro, e muitas vezes mesmo fora do globo solar. Falando, então, de modo absoluto, a Terra não gira em torno do Sol, mas os dois astros, Sol e Terra, giram em torno do seu centro comum de gravidade. O centro do movimento anual comum de gravidade. O centro do movimento anual do nosso planeta muda, pois, de lugar, constantemente.

Ser-nos-ia facultado mesmo acrescentar muitas outras ainda. Para se ter uma idéia: só na Lua, que parece girar tão somente em torno da Terra, descobriram mais de sessenta causas distintas de movimentos diferentes. A matéria obedece docilmente à força.

Ah, a arte... a arte estática obviamente também tem seu valor, mas tal a vida requer movimento, assim minha arte me intimou ao movimento. Foi onde entrou a noção de perspectiva e de profundidade, fazendo ressaltar o movimento por entre a sombra e a luz, nos vários tons e semitons, do verdadeiro acorde da Pátria Infinita, o Universo, onde a Terra constantemente se movimenta... Terra esta que é um dos menores grãos de areia do oceano incomensurável, considerando, aliás que o espaço é infinito, pela simples razão de ser impossível limitá-lo, pois apesar da dificuldade de conceber o infinito, mais fácil, mentalmente é avançarmos eternamente pelo espaço do que parar e não ter para onde ir, após chegar num ponto qualquer.

E o espaço também conquistou seu lugar em minha arte, pois impossível não admirar e se inspirar nesta realidade, que podemos por enquanto somente imaginar, mesmo após as grandes descobertas científicas. Imaginemo-nos com a velocidade do relâmpago, a percorrer durante anos, séculos, milhares de séculos, milhões de períodos cem vezes seculares; ainda assim, nem um passo teremos avançado, qualquer que seja o lado para onde nos dirijamos e qualquer que seja o ponto para onde nos encaminhemos, a partir desse grãozinho invisível donde saímos e a que chamamos Terra.

E, o tempo...(também o tempo em que eu olhava para as estrelas?) É a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito. O tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias. Sendo o tempo apenas a relação das coisas transitórias e dependendo unicamente das coisas que se medem, se tomássemos os séculos terrestres por unidade e os empilhássemos aos milheiros, para formar um número colossal, esse número nunca representaria mais que um ponto na eternidade, do mesmo modo que milhares de léguas adicionadas a milhares de léguas não são mais que um ponto na extensão. Imensidade e eternidade sem limites, são as duas grandes propriedades da natureza universal. Por falar em tempo, é sempre tempo de amar, e a arte, se voltada para um ideal nobre é uma excelente expressão do amor infinito, aquele que emana do divino. Afinal:

A ARTE SE TRANSFORMA EM AMOR QUANDO ELEVA A HUMANIDADE, SUBLIMANDO OS SENTIMENTOS INDIVIDUAIS.

E, a Via-Láctea... Esse regato de leite esbranquiçado que atravessa o nosso céu e pode ser visto pelas belas noites estreladas e sem luar, onde já se sabe que há milhões de sóis mais luminosos e mais importantes do que o sol que nos aquece e nos dá vida. Uma pausa - Como disse Leonardo Da Vinci: "O sol com toda sua grandeza não esquece de amadurecer o pequeno cacho de uvas".

Pode-se mesmo contar uma trintena de milhões de sóis. Para se ter uma ideia relativa de onde estamos, basta se ver que a Via-Láctea que, na imensidade das criações siderais, não representa mais do que um ponto quase sem importância , pois ela não passa de mais uma nebulosa estelar, entre os milhões das que existem no espaço. Se ela se parece mais vasta e rica, isto se dá ao fato de que ela nos cerca, enquanto as outras escondidas nas profundezas insondáveis, mal se deixa entrever. Sendo, então, a Terra um quase nada no sistema solar; este um quase nada na Via-Láctea; esta um quase nada, na universalidade das nebulosas e essa própria universalidade bem pouca coisa dentro do imensurável infinito, aqui temos uma breve noção do que representa a Terra e a teoria de somente existir vida orgânica aqui (no caso em tela, não estou falando em outras dimensões).

ALFIM, DA EXCELSA MAGNITUDE DA CRIAÇÃO CIENTÍFICA DOS COSMOS, O CRIADOR NUNCA SE AFASTOU DAS BELAS ARTES.

Em suma, refletindo sempre nestes tópicos, não pude deixar de me expressar através do abstrato, a que intitulei "ABSTRATO CÓSMICO", estas ideias que tanto me povoam a mente e o espírito, fazendo-me ter uma sutil ideia do tempo e a eternidade e do espaço e o infinito, que muito refletem no movimento universal.

PINTO O QUE PENSO, PINTO O QUE SOU, PINTO O QUE VIVO. Giov. D'And.