A HISTÓRIA DO BRASIL CONTADA POR SUAS BANDEIRAS
EXPOSIÇÃO DE BANDEIRAS HISTÓRICAS
FORTE DO LEME, RIO DE JANEIRO.
INÍCIO: 15.05.2013
FINAL: TEMPO INDETERMINADO..
A História do Brasil Contada por suas Bandeiras
Era uma vez...
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Giov. D'And., Forte do Leme, Rio de Janeiro, Brasil. |
Inspiração na gente brasileira, no povo do suor, da batalha, da luta sangrenta, da lida dolorida da vida, nos salários-mínimos, nos mínimos que um salário não pode ter, na fome, na ruela descalçada, nas casas de barro levadas pelas enchentes, nos muitos filhos na beira do asfalto vendendo um "pelo amor de Deus" e um "compra tio, só pra me ajudar"; enquanto o alto poder, pode do alto dos aviões e dos carrões dirigir essa massa, representada pela Bandeira do Brasil, quase informe de fome dizer:
BRASIL, NÃO DESISTO NUNCA!
EXPOSIÇÃO DE BANDEIRAS HISTÓRICAS
FORTE DO LEME, RIO DE JANEIRO.
INÍCIO: 15.05.2013
FINAL: TEMPO INDETERMINADO..
Bandeira da República do Brasil (1889...)
Foi desenhada com as cores das Famílias Reais do nosso primeiro casal de
Imperadores, D. Pedro I e sua esposa D. Leopoldina, filha do Imperador da
Áustria. Numa carta, de 15.09.1822, escrita por D. Leopoldina à D. Maria
Tereza, da Áustria, faz referência à bandeira, dizendo do “verde dos Braganças
e do amarelo-ouro dos Habsburgos”. Em 1823, o futuro Marquês de Resende,
Antonio Meneses, Embaixador na Áustria, explica ao Príncipe de Metternich que o
"amarelo - simbolizaria a Casa de Lorena (Habsburg)", cor usada pela
Família Imperial Austríaca, e o "verde - a cor da Casa de Bragança".
A expressão “Ordem e Progresso”, escrita em
verde, foi extraída da fórmula Positivista: “O amor por princípio, a ordem por
base, o progresso por fim”. Dentro da esfera está representado o céu do Rio de
Janeiro, às 8:30 horas de 15 de novembro de 1889, dia da Proclamação da
República. Inicialmente com vinte e uma estrelas, após modificações a atual
bandeira conta com vinte e sete, referentes aos vinte e seis estados e ao
Distrito Federal, distribuídas em nove constelações: Cruzeiro do Sul,
Escorpião, Triângulo Austral, Oitante, Virgem, Cão Maior, Cão Menor, Carina e
Hidra Fêmea.
Decreto-Lei nº 4, de 19 de novembro (Dia da Bandeira) de 1889: “[...]
considerando que as cores da nossa antiga bandeira recordam as lutas e as
vitórias gloriosas do exército e da armada na defesa da pátria; considerando,
pois, que nossas cores, independentemente da forma de governo simbolizam a
perpetuidade e a integridade da Pátria entre as nações; decreta: a Bandeira
adotada pela República mantém a tradição das antigas cores nacionais,
verde-amarelo, do seguinte modo: um losango amarelo em campo verde, tendo no
meio a esfera azul-celeste, atravessada por uma zona branca em sentido oblíquo
e, descendo da esquerda para a direita com a legenda ‘Ordem e Progresso’ e
ponteada por vinte e uma estrelas, entre as quais as da constelação do
Cruzeiro, dispostas na sua situação astronômica quanto à distância e no tamanho
relativos representando os 20 Estados da República e o Município Neutro [...]”.
Projeto de Bandeira de Eurico de Goes (1908)
Representava o Brasil, através de
um retângulo verde e losango amarelo; tendo no centro uma grande estrela branca
com cinco pontas (República) e dentro um anel azulado com 21 estrelas
(Império), uma esfera armilar de ouro (Reino) e a cruz de Cristo (Colônia). Seu
segundo projeto, em 1933, teve a exclusão da esfera e da estrela grande e a
inclusão do Cruzeiro do Sul, numa bola azul, dentro de uma cruz de Cristo
maior.
Projeto de Bandeira de Silva Jardim (1890)
Este Projeto continha os símbolos das forças da nação e da etnia. No fundo, listras horizontais representando as três raças. O escudo imperial rodeado de cana e café, culturas do Norte e do Sul. No centro, o globo atravessado pela âncora, representando o comércio e a força marítima. Sobre o escudo, o barrete frígio, caracterizando o proletariado.
Projeto de Bandeira do Barão do Rio Branco (1890)
Com o advento da Proclamação da República e diversidade de ideias para a confecção de um lábaro que atendesse a todos, vários projetos foram criados e rejeitados. Este Projeto tinha faixas em diagonal com as cores das
três raças. Na branca, um escudo azul (com 21 estrelas de prata na borda, em
outro modelo) gravado um escudo verde menor, com a esfera armilar de ouro sobre
a cruz de Cristo, como a do escudo imperial. Como timbre, um sol nascente de
ouro.
Projeto de Bandeira de Júlio Ribeiro (1888)
Antes da República, este modelo
já foi divulgado no jornal republicano “O Rebate” e depois como bandeira foi
hasteado no Palácio do Governo, no dia da proclamação. São 13 listras
horizontais, brancas e pretas, alternadas, quebradas as 5 primeiras e cantonada
de vermelho; neste campo, sobre um globo branco, um mapa do Brasil em azul,
entre quatro estrelas. Tornou-se símbolo paulista na Revolução
Constitucionalista de 1932, por um Brasil melhor. Em 1946 foi adotada como
emblema do Estado de São Paulo.
Bandeira Improvisada da República
Muitos clubes republicanos menos radicais, usaram improvisadas bandeiras com desenhos semelhantes ao da Bandeira Imperial, onde apenas a coroa foi substituída pelo barrete frígio ou por uma estrela de prata. Já no Cruzador Barroso, ela foi utilizada tendo o topo do desenho central com a substituição por uma estrela vermelha.
Assemelhando-se em muito à Bandeira Imperial, com um campo pleno em verde contendo os dois ramos, das plantas de tabaco e café, abraçando o escudo onde está inserida uma esfera armilar de ouro atravessada por uma cruz da Ordem Militar de Cristo; Floriano Peixoto, com um projeto que era contrário à mudança deste símbolo da pátria, cuja bandeira ficou conhecida como "Bandeira Improvisada da República", teve a coroa substituída por uma grande estrela dourada.
Bandeira Provisória da República (15 a 19 Nov 1889)
Em 15 de novembro de 1889, a monarquia no Brasil chega ao fim com o
golpe militar comandado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, que opinou por manter
a bandeira anterior substituindo a coroa pelo Cruzeiro do Sul, porém no mesmo
dia esta bandeira foi hasteada na redação do jornal “A Cidade do Rio”, após a
proclamação da República, e no navio “Alagoas”, que conduziu a família imperial
ao exílio; não chegando a ser utilizada pelas Forças Armadas.
Conhecida como a Bandeira do Centro Republicano Lopes Trovão, era
composta de sete listras verdes e seis amarelas, tendo no canto superior
esquerdo um quadrado de cor preta, que foi substituído por um azul, contendo 21
estrelas de prata, as 20 da anterior mais a do Município Neutro – futuro
Distrito Federal. Foi utilizada em um curto período de quatro dias.
Bandeira Imperial do Brasil (1822 – 1889)
Desenhada por Debret, a Bandeira do Reino do Brasil foi criada em 18 de
setembro de 1822, por Decreto: [...] Será de ora em diante o Escudo das Armas
deste Reino do Brasil, em campo verde, uma Esfera Armilar de ouro atravessada
por uma Cruz da Ordem de Cristo, sendo circulada a mesma Esfera de dezenove
estrelas de prata em uma orla azul: firmada a Coroa Real diamantina sobre o
Escudo, cujos lados estão abraçados por dois ramos das plantas de Café e
Tabaco, como emblemas da sua riqueza comercial, representados na sua própria
cor, e ligados na parte inferior pelo laço da Nação. A Bandeira Nacional será
composta de um paralelogramo verde, e nele inscrito um quadrilátero romboidal
cor de ouro, ficando no centro deste o Escudo das Armas do Brasil [...].”
Sofreu alteração após quase três meses, transformando-se na Bandeira
Imperial do Brasil, em 1º de dezembro de 1822, por Dom Pedro I: “Havendo sido
proclamada com a maior espontaneidade dos povos a Independência política do
Brasil, e sua elevação à categoria de Império pela minha solene aclamação,
sagração e coroação, como seu Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo: hei
por bem ordenar que a Coroa Real que se acha sobreposta no escudo das armas estabelecido
pelo meu imperial decreto de 18 de setembro do corrente ano, seja substituída
pela Coroa Imperial, que lhe compete, a fim de corresponder ao grau sublime e
glorioso em que se acha constituído este rico e vasto Continente”.
Dom Pedro II, sem ato oficial, aumentou o número de estrelas para 20, em
virtude de a Província Cisplatina (Uruguai) ter sido desligada do Brasil e da
criação das Províncias do Amazonas e do Paraná.
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Quadro representando 4 bandeiras. |
Bandeira da República Juliana (1839)
Na guerra dos farrapos, nome dos
que se revoltavam contra o governo, a Marinha tinha controle do porto de Rio
Grande impedindo o acesso marítimo à província. Os revoltosos, com necessidade
de um porto e sem poderem avançar, ocupam Laguna, SC e proclamam esta república,
em 29.07.1839, conhecida como Catarinense ou Juliana, por causa do mês. O
Império retoma Laguna em 15.11.1839, expulsando os revolucionários, incluindo a
lendária Anita Garibaldi.
Bandeira da Sabinada (1837-1838)
Os baianos novamente se revoltaram
e comandados pelo médico Francisco Sabino e por João Carneiro, unidos com a
tropa da capital, por quatro meses controlaram a cidade, transformada em república,
desligada do governo central. Em 15.03.1938, o general João Crisóstomo, com a
tropa, num combate que causou 1.200 mortes e 2.000 prisões, retomou a situação.
Com a maioridade do imperador-menino todos foram anistiados.
Bandeira da República Rio-Grandense (1836)
Desencadeada a Revolução
Farroupilha, em 20.09.1835; em 11.09.1836, após a Batalha do Seival, o general
Antônio S. Netto proclama esta república, com capital em Piratini. Luís Alves
de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, é nomeado presidente da Província de São
Pedro do Rio Grande e Comandante das Armas, em 1842, com 11.000 homens para
opor resistência. O Tratado de Poncho Verde, acordo que pôs fim à revolução é assinado,
por Caxias, em 01.03.1845.
Bandeira da Federação dos Guanaes (1832-1833)
Em Salvador, os rebeldes, liderados
por Bernardo Miguel Guanaes Mineiro, em fev/1832, estabelecem um governo
provisório, mas foram capturados. No Forte do Mar, em 26.04.1833, conseguem
controlar a fortificação onde se encontravam prisioneiros, bombardeiam a
capital Salvador e proclamam a derrubada do governo provincial. A bandeira novamente
é erguida, mas se rendem após 3 dias.

Bandeira do Regime Constitucional (1821 – 1822)
Bandeira usada sob o regime constitucional instaurado em Portugal logo
após a Revolução Constitucional do Porto, em 24 de agosto de 1820, que exigiu o
retorno de D. João VI, prevalecendo em Portugal os ideais liberais da Revolução
Francesa, abolindo a monarquia absoluta e instituindo o regime constitucional.
Em 1821 o rei retornou, não como um rei absolutista, mas como rei de uma
monarquia constitucional. As cores se referem ao suposto brasão de D. Afonso
Henriques I (1º rei de Portugal). Em 21 de agosto de 1821, as Cortes decretaram
um novo pavilhão que ficou conhecido como Bandeira do Regime Constitucional.
Foi a última bandeira lusa a tremular em solo brasileiro, pois um ano depois o
Brasil se separaria de Portugal definitivamente.
Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve (1816 – 1821)
Bandeira do período de D. João VI; foi criada quando dada nova forma ao
Estado Português em Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. Sua criação foi
uma forma legal de escapar das pressões diplomáticas do Congresso de Viena, que
proibia que uma nação europeia tivesse sua capital fora da Europa. Como a
capital portuguesa era o Rio de Janeiro, desde 1808, para sair do impasse
cria-se um Reino composto, sendo que o Reino de Portugal voltava a ter sua
capital em Lisboa e estava ligado a um outro Reino não-europeu, com a capital
no Rio de Janeiro. O uso dessa bandeira foi abandonado em agosto de 1821.
O inciso II, do Decreto de 1816, ordenava: “Que o Escudo Real Português,
inscrito na dita Esfera Armilar de Ouro em campo azul, com uma Coroa
sobreposta, fique sendo de hoje em diante as Armas do Reino Unido de Portugal,
e do Brasil, e Algarve, e das mais Partes da minha Monarquia.”
Bandeira do Reino Unido do Brasil (1816 - 1821)
Em 1816, D. João VI elevou o Principado do Brasil à condição de Reino. E
por decreto de 13 de maio desse ano deu por armas ao Brasil a mesma esfera
armilar de ouro, agora sobre um campo pleno de azul. É pouco mencionada, pois,
utilizava-se mais a bandeira do Reino Unido, já que a capital deste era no
Brasil.
Dom João VI estabeleceu que: “por graça de Deus [...] me apraz ordenar o seguinte:
I – Que o Reino do Brasil tenha por Armas uma Esfera Armilar de Ouro em
campo azul.”
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Quadro representando 4 bandeiras. |
Bandeira da Revolução Acreana (1899 - 1903)
Foi a disputa pelo que hoje é o
Acre, num conflito que durou cerca de 4 anos, em que por 3 vezes foi proclamada
a autonomia da República do Acre, sendo todas dissolvidas. Esta revolução chegou
ao fim com a assinatura do Tratado de Petrópolis, em 1903, pelo qual a Bolívia
cedeu o território ao Brasil (e o Peru aceitou a divisão de fronteiras) em
troca de 2.000.000
libras esterlinas e da construção da ferrovia
Madeira-Mamoré.

Bandeira da Confederação do Equador (1824)
Em 02.07.1824, no Recife, ainda
tomado pelo ideal de libertação da Insurreição de 1817, foi proclamada a
Confederação do Equador, à qual aderiram Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e
o interior do Piauí; que foi contra os ideais da Constituição de 1824. Foram
executados 11 confederados por crime de rebelião contra a Majestade Imperial. Na
bandeira, sobre o quadrado ficava a mão da Justiça com o olho da providência,
sendo o ramo de algodão e de cana-de-açúcar as riquezas do nordeste.

Bandeira da Revolução Pernambucana (1817)
Insatisfeitos com a permanência
do governo português e com a prisão de parte dos envolvidos na Conjuração dos
Suaçunas, um projeto de revolta, em 1801; este movimento eclodiu em 06.03.1817
e instalou uma junta de governo republicano, com 5 membros representando: os
senhores de terras, os comerciantes, os militares, os magistrados e o clero. Paraíba
e Rio Grande do Norte aderiram ao movimento, por isto as 3 estrelas na
bandeira. Durou 75 dias, até a derrota, pelas tropas oficiais.

Bandeira da Conjuração Baiana (1798)
Ou Revolta dos Alfaiates
(profissão de muitos envolvidos). A insatisfação popular com o domínio de
Portugal, os preços, os excessivos tributos e a escravidão culminaram numa
panfletagem, em 12.08.1798, defendendo uma “República Bahiense”. Um dos
integrantes delatou o movimento e a força militar prendeu os revoltosos. Os
pobres, negros e mulatos foram condenados à morte, prisão perpétua ou degredo
na África, já os brancos e ricos foram absolvidos.
Bandeira da Inconfidência Mineira (1792)
Esta bandeira, inobstante não ser oficial, teve sua força durante o
movimento revolucionário pela libertação, em Minas Gerais, promovido por José
Joaquim da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes. Traído por um oficial
português que fazia parte do grupo, Joaquim Silvério dos Reis mostrou o local
das reuniões e os cabeças do grupo foram presos; Tiradentes inocentou os
companheiros e atribuiu a si toda a culpa, e, em 21 de abril de 1792 foi
enforcado. Possui um campo pleno de branco inserido em seu meio um triângulo
equilátero vermelho com a inscrição lateral “libertas quae será tamen”, que
significa “liberdade ainda que tardia”. A liberdade do Brasil em relação à Portugal chegou em
07 de setembro de 1822, trinta anos após a morte do mártir. Esta bandeira era inicialmente verde, mas foi adotada pelo estado de Minas Gerais, em 1963, com o triângulo vermelho.
Bandeira para a Índia e América
Pavilhão particular elaborado para marcar a presença de Portugal nesses dois impérios
ultramarinos: o império do Brasil, ou da América, como era chamado, e o império
da Índia. Os estudos de heráldica apontam que foi desenhada no Século XVII,
embora não seja descartado o Século XVI.
Possui um fundo branco com três elementos: o
escudo e a coroa português, simbolizando o poder real sobre a colônia, a esfera
armilar no centro, representando as terras conquistadas pela navegação, e, um
jesuíta segurando uma cruz e um livro fechado, em preto, mostrando a fé
católica levada pelos portugueses nas terras descobertas e conquistadas.
Bandeira Real Século XVII (1600 – 1700)
Esta bandeira foi usada como símbolo oficial do Reino ao lado dos
pavilhões citados anteriormente, a Bandeira da Restauração, a do Principado do
Brasil e a Bandeira de D. Pedro II, de Portugal. Apesar do nome somente
desapareceu no início do século XIX.
A parte inferior do escudo termina em ponta, sendo que das pontas
laterais, circundando-o, desce uma corrente, da qual pende em vermelho uma cruz
da Ordem de Cristo. Sobre o centro do pavilhão, conta a lenda que Afonso
Henriques (1130-1185) sonhou com Cristo que lhe deu a missão de transformar o
condado em monarquia e zelar pela religião cristã, e, que fizesse de suas cinco
chagas um símbolo que deveria figurar nas armas da monarquia. A cruz formada no
centro por cinco escudetes azuis tem em cada um deles as chagas representadas
por cinco besantes em branco, ou seja, círculos semelhantes ao besante, antiga
moeda de Bizâncio.
Bandeira de D Pedro II, Imperador (1683 - 1706)
Assumindo o trono real, D. Pedro II adotou uma nova bandeira: A Bandeira
de D. Pedro II, Imperador. Essa bandeira possui o escudo real encimado pela
coroa real fechada, mas como uma nova forma, colocados em um campo retangular
verde, que voltaria a surgir na Bandeira Imperial, conservado na bandeira atual
republicana.
Bandeira de D. Pedro II, Regente (1667 – 16830)
D. João IV faleceu em 1656 e a coroa foi dada a seu filho Afonso VI, que
só assumiu o trono um ano após sua maioridade, em 1662. Em 1667, seu irmão, D.
Pedro II convenceu-o a abdicar a seu favor e passou a governar Portugal como
Regente. Como símbolo de sua Regência, D. Pedro criou uma nova bandeira: A Bandeira de D
Pedro II, Regente. Até a morte de seu irmão em 1683, adotará essa bandeira como
forma de distinção à bandeira utilizada por seu irmão.
Constitui-se de um campo coticado em diagonal, sendo seis coticas de
azul, cinco de vermelho e cinco de branco. Sobre elas assenta-se uma cruz preta
esquartelando o campo. No primeiro quartel, também por cima, aparece uma cruz
branca.
Bandeira do Principado do Brasil (1645 – 1816)
O primeiro pavilhão elaborado especialmente para o Brasil, elevado à
categoria de Principado, por D. João IV que conferiu a seu filho Teodósio o
título de “Príncipe do Brasil”, distinção transferida aos demais herdeiros
presuntivos da Coroa Lusa. De fundo branco ostentava uma esfera armilar de
ouro, que passou a ser representada em nossas bandeiras, antigo instrumento de
astronomia e de navegação que representa o firmamento celeste, com a posição de
estrelas e constelações, encimada por um globo azul, com zona de ouro, sobre
este aparecia a Cruz da Ordem de Cristo. A faixa em diagonal representa as
constelações do zodíaco. Foi adotado como emblema pessoal por Dom Manuel I, o
Venturoso, em comemoração pela descoberta do caminho marítimo para as Índias.
Bandeira da Restauração (1640 – 1683)
Durante o reinado de Felipe IV, com a revolta dos portugueses, a coroa
foi restituída a um monarca português, D. João IV, por isso a bandeira também é
conhecida como “Bandeira de D. João IV”. Foi instituída, logo após o fim do
domínio espanhol, para caracterizar o ressurgimento do Reino Lusitano,
recuperando sua independência sob a Casa de Bragança. O fato mais importante
que presidiu foi a expulsão dos holandeses de nosso território. Essa bandeira
mantinha o escudo real e o campo branco, mas agora com uma orla azul, que alia
a ideia de Pátria ao culto de Nossa Senhora da Conceição, que passou a ser a
Padroeira de Portugal, no ano de 1646, homenageando-a, pois seu manto é azul.
Bandeira da Revolução de 1640
Conhecida como “extra-oficial” (durante a Independência), trata-se da
bandeira da revolução que culminou com a independência de Portugal em 1º de
dezembro de 1640 e a Aclamação de D. João IV, iniciando a dinastia de Bragança.
Após a restauração passou a ser uma bandeira muito popular, usada lado a lado
com a bandeira oficial do Reino, especialmente em datas festivas. Por algum
tempo era até mais comum ver essa bandeira hasteada do que a bandeira oficial
criada por D. João IV. É constituída de um campo verde onde se assenta uma cruz
vermelha aberta em branco.
Bandeira do Brasil Holandês (1624 – 1654)
Com a decisão da União Ibérica de cortar o acesso dos
Países Baixos ao açúcar vindo do Brasil, os holandeses tomam parte da colônia
portuguesa no Brasil, no litoral do Nordeste, maior região produtora de açúcar,
entre 1624 e 1661. A bandeira tem as cores da República das Províncias Unidas,
com suas três faixas, vermelha, branca e azul com um monograma em dourado no
centro. A origem do monograma é desconhecida, sendo atribuída às iniciais da
Companhia, em holandês – GWC, em português – CDIM ou às iniciais do
Governador-Geral holandês João Maurício de Nassau Catzelnbogen Vianden em
Dietz. Por ser da realeza europeia, explicaria a coroa sobre o monograma; mas,
não há fontes que comprovem quaisquer das teorias. A bandeira deixou de ser
usada após a retomada portuguesa de Recife, em 1654.
Bandeira do Domínio Espanhol (1616 – 1640)
Este pendão foi criado em 1616 no governo do
rei espanhol Felipe II, para Portugal e suas colônias, assistiu às invasões
holandesas no Nordeste e ao início da expansão bandeirante, propiciada, em
parte, pela União Ibérica (1580-1640). Isso aconteceu porque D. João III não
deixou filhos, então D. Sebastião, seu neto, teve que assumir o trono. Em 1578,
o rei foi morto pelos mouros na Batalha de Alcácer-Kibir - Marrocos. Problemas
sucessórios e lutas entre facções portuguesas levam o Rei Filipe II, da
Espanha, neto de D. Manuel, a assumir também o trono português. Tem início a
dinastia filipina em terras lusitanas; nesse reinado uma comissão de juristas
portugueses preparou uma nova codificação de leis, publicada no reinado
seguinte sob o nome de Ordenações Filipinas.
Bandeira da França Equinocial (1612 – 1615)
A expedição francesa seguindo os planos de colonização do Novo Mundo desembarcou no atual estado do Maranhão com cerca de quinhentos colonos divididos em três navios. Enfatizando a economia açucareira, fundaram o povoado de Saint Louis, atual São Luís, em homenagem ao soberano Luís XIII, de França. Foi assim que, a flâmula das flores-de-lis, símbolo da monarquia francesa, foi hasteada pela primeira vez no Maranhão, em meio aos tupinambás. Em inferioridade numérica e não havendo como resolver diplomaticamente os franceses se retiraram, erradicados por tropas portuguesas.
Apresentando seu campo semeado de flores-de-lis, esta bandeira em fundo branco tem o emblema em azul encimado por uma coroa amarela, tendo em seu centro três flores-de-lis, também, amarelas. Ao redor estes signos contam em número de oito, de cada lado, em duas carreiras verticais de quatro elementos. Outra flor consta ao centro, abaixo do brasão.
Bandeira da França Antártica (1555 – 1560)
Aportando em solo brasileiro em 10 de novembro de 1555, com cerca de 100
homens, em dois navios, o líder da expedição francesa, Nicolas Durand de
Villegagnon, procurou implantar na Baía de Guanabara uma colônia, então chamada
de França Antártica. Alguns historiadores afirmam que o propósito da expedição
era estabelecer refúgio seguro aos calvinistas perseguidos na Europa. Esta
tentativa de colonização francesa foi erradicada pelo 3º Governador-Geral, Men
de Sá. Os remanescentes que se refugiaram nas tribos indígenas foram liquidados
pelo sobrinho, Estácio de Sá, quando da fundação da cidade de São Sebastião do
Rio de Janeiro.
Conta a lenda que um rei passou a adotar a flor-de-lis como símbolo de
seu reinado, após ter visto uma imagem de Nossa Senhora no fundo de um lírio e
ter se curado de uma enfermidade. Era uma bandeira de fundo branco onde as
flores-de-lis amarelas aparecem em número de três, duas na parte de cima e uma
ao centro, na parte inferior.

Bandeira de D. João III (1521 - 1616)
Com o falecimento de D João II, em 1521, seu filho D João III, “o
Colonizador”, devido as grandes expedições exploradoras, assumiu o trono até
1577, implantou o sistema de Capitanias Hereditárias, o Governo-Geral, na
Bahia, e a posterior divisão do território brasileiro em dois governos, com a
outra sede no Maranhão, além disso, criou uma nova bandeira, muito semelhante
com a anterior, porém com o escudo real sobre fundo branco, eliminando a Cruz
da Ordem de Cristo e incluindo sobre o escudo uma coroa real aberta.
Bandeira Pessoal de Dom Manuel I (1495-1521)
Em Portugal, alguns reis quiseram adotar uma bandeira de uso pessoal, além das
tradicionais bandeiras representativas da nacionalidade. Em seu reinado, Dom
Manuel I, o Venturoso, criou esta bandeira pessoal, também usada nos marcos de
nova posse. No Brasil foi utilizada na cerimônia da primeira missa, pois
segundo Caminha: “Plantada a cruz, com as marcas e a divisa de Vossa Alteza,
que primeiro lhe haviam pregado, armaram altar ao pé dela”.
O centro
do campo da bandeira é dividido em quatro triângulos – dois brancos, na
horizontal e dois vermelhos, na vertical – onde está inserida a esfera armilar
de ouro, formada de vários círculos, significando domínio e poder.
Bandeira Real (1500 – 1521)
Pavilhão oficial do Reino Português, foi criada
durante o reinado de D João II, o “Príncipe Perfeito”, que reinou de 1481 a
1495, e, com seu falecimento foi adotada pelo novo rei, seu filho D. Manuel I,
o Venturoso, até 1521. Esta bandeira estava presente nas naus do descobrimento
do Brasil, até 1521, além da Bandeira da Ordem de Cristo.
Branca, com a cruz desta ordem, apresenta o
escudo real sobreposto a ela. Esse escudo, presença marcante em nossas
bandeiras até nossa independência, é avermelhado contendo sete castelos de
amarelo ouro, tendo no centro um campo branco seguindo a forma do escudo, com
cinco escudetes azuis em cruz. Nestes pequenos escudos azuis estão
representados cinco besantes em branco. Os castelos foram acrescentados quando
Portugal, no início do Século XIII, conquistou Algarve, pois eram as armas do
vencido.
Bandeira da Ordem de Cristo (1332 – 1651)
A Ordem de Cristo, instituição militar e religiosa foi criada pelo rei
de Portugal, D. Dinis, com os integrantes portugueses da Ordem dos Templários,
fundada para combater os hereges. Rica e poderosa, patrocinou as navegações e
exerceu grande influência nos dois primeiros séculos da vida brasileira. A cruz
de Cristo estava pintada nas velas da frota de Pedro Álvares Cabral. Segundo
carta de Pero Vaz de Caminha: “Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com
que saíra de Belém, a qual esteve sempre bem alta, da parte do Evangelho”.
Esta bandeira não era a portuguesa na época, era algo que poderíamos
chamar de “insígnias navais de Portugal”, hasteadas em todas as terras
reclamadas pela coroa portuguesa na África, Ásia e América. Presente no
descobrimento, foi a primeira hasteada, como também, foi exposta no altar da
Primeira Missa rezada no Brasil. O emblema da ordem é uma cruz vermelha, tendo
inscrita uma cruz branca; seu uso foi abandonado com as Capitanias
Hereditárias, pois cada donatário tinha seu próprio brasão.
Assim, contamos a História do Brasil... E por ter relação com o assunto, inserimos este adendo:
Pindorama, 76x101, Giov. D'And.
Inspiração no descobrimento das terras brasileiras, inicialmente descobertas por Alonso Ojeda e Cosa em 1499, por Vicente Yañez Pinzón em janeiro de 1500, e, finalmente em março de 1500 por Pedro Álvares Cabral com o descobrimento da ilha de Vera Cruz, por isto o simbolismo das três caravelas representadas na tela; com o mapa do Brasil e do mundo; nos índios brasileiros (nossos nativos, nossa gente); no Cruzeiro do Sul (espécie de bússola) e na Bandeira do Brasil com o trecho da mensagem: Ordem e Progresso, afinal ordem já é sinal de progresso...
Brasão do Duque de Caxias
O Brasão de Armas de Duque de Caxias, patrono do Exército,
reúne as armas das famílias: Silva, Fonseca, Lima, Soromenho, Silveira e
Brandão, com o escudo encimado pela coroa ducal. Luís Alves de Lima e Silva,
quando tenente, foi nosso primeiro porta-bandeira, quando, em 01.11.1822, D.
Pedro I entregou-lhe a Bandeira Imperial, idealizada pelo pintor Debret.
Descrição, em heráldica: Partido de dois traços e cortado de
um: o primeiro de prata, um leão púrpura, rompente, armado de azul; o segundo
de ouro, carregado de cinco estrelas de vermelho postas em aspa; o terceiro de
ouro, quatro palas de vermelho; o quarto de azul com cinco flores-de-lis (ou
velas) de ouro postas em aspa; o quinto de prata, uma pereira de verde firmada
em terreno do mesmo, com um crescente de ouro e uma flor-de-lis do mesmo; o
sexto de vermelho, quatro faixas de ouro; e por diferença uma brica de prata
com um farpão de negro.
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O monólogo do artista passa a estabelecer diálogo com o público quando sua arte é comentada...