Representante do Quattrocento italiano, entre 1410 a 1420, nasce Piero em Borgo San Sepolcro, Toscana. Em 1439 vai para Florença trabalhar no atelier do pintor Domenico Veneziano. Torna-se conselheiro municipal em sua cidade de origem, em 1442. Em 1445 recebe a encomenda de um retábulo pela Confraria da Misericórdia de Borgo San Sepolcro. Pouco mais tarde viaja a trabalho por Ferrara e Urbino. Em 1452, aceita seu principal trabalho: pintar os afrescos da igreja de San Francesco, em Arezzo. Em 1454 surge a decoração de outra igreja, dos Irmãos de Santo Agostinho, em sua cidade natal. Em 1459 vai a Roma a serviço do Papa Pio II, após, volta a Arezzo para terminar os afrescos de San Francesco. Hospeda-se, em 1469, na casa de Giovanni, pai de Rafaello Sanzio. Em 1480 chefia a Confraria de São Bartolomeu. Morre em Borgo San Sepolcro, em 12 de outubro de 1492.
A genialidade matemática de Piero não tardou dar mostras também como teórico da arte, na elaboração de “Trattato de ábaco”, manual de aritmética com problemas de álgebra e geometria. Já “De prospectiva pingendi”, em latim, esmiúça as leis de perspectiva, e, “De quinque corporibus regolaribus” trata dos corpos sólidos regulares.
Nos afrescos de San Francesco, della Francesca, executa o Ciclo da Santa Cruz, que tem seu início nas vésperas da morte de Adão, onde seu filho Seth obtém de um anjo um ramo do qual escorrerá o óleo da salvação, mas somente após cinco mil e quinhentos anos. Como Adão morre, sem a salvação, Seth planta o ramo sobre sua tumba, e da árvore nascida Salomão tenta, inutilmente, construir um templo, então, o tronco é levado para o rio Siloé para servir de ponte. De passagem, a rainha de Sabá tem uma premonição e se ajoelha para venerá-lo, quando diz a Salomão que do lenho virá o fim do reino dos hebreus. Salomão enterra o madeiro na esperança de mudar o curso do destino. Mas, vindo à tona, é empregado na construção da cruz, na qual Jesus foi crucificado.
Trezentos anos depois, na batalha contra Maxêncio, Constantino sonha com um anjo que o exorta a combater sob o signo da cruz. Constantino vence e torna-se imperador de Roma; depois se converte e envia a Jerusalém sua mãe, a imperatriz Helena, para buscar o lenho da verdadeira cruz. Somente o hebreu Judas sabe onde este se encontra. Não querendo falar, Helena o joga num poço, e, retirado após sete dias, ele revela que a cruz está enterrada sob o templo de Vênus. Helena destrói o templo e aparecem as três cruzes do Calvário. Para se reconhecer a verdadeira, elas são levadas até um jovem morto, que com o toque na cruz de Jesus o jovem ressuscita (ver foto abaixo). Então, Helena a reconduz até Jerusalém.
Após mais trezentos anos a cruz é roubada pelo rei persa Cosroés, que a põe num altar para adorá-la. Heráclito, imperador do Oriente, guerreia contra Cosroés, decapitando-o; retorna a Jerusalém e se defronta com as portas da cidade fechadas. Exortado por um anjo, imita a humilde entrada de Cristo em Jerusalém, e, as portas se abrem. A cruz é, finalmente, devolvida ao Santo Sepulcro.
Obra doada para Papa Francisco
Com a vinda de Sua Santidade o Papa Francisco ao Brasil foi doada a ele a obra Interferenze in Piero della Francesca.
Interferenze in Piero della Francesca XV – Episódios da Vida de Cristo, 59x49cm. |
Episódios da Vida de Cristo:
1. Annunciazione.
2. Madonna del Parto.
3. Natività.
4. Madonna col Bambino.
5. Il Battesimo di Cristo.
6. La Flagellazione di Cristo.
7. La Crocifissione.
8. La Resurrezione di Cristo.
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O monólogo do artista passa a estabelecer diálogo com o público quando sua arte é comentada...