A arte mais bela é o amor ao próximo.

domingo, 15 de março de 2020

Robert Schumann, Raro, Eusebius e Florestán


Raro - Assim, foi a continuação de um diálogo, iniciado em 08/06/1810, que pareceu ter morrido em 29/07/1856, entre as figuras psíquicas, que tomaram corpo, criaram vida e estão presentes: “E”, o Eusebius e “F”, o Florestán.

F – Eu sou a ciência !
E – Grandes coisas, eu sou a arte !
F – Apenas razão...
E – Muito mais que e tão somente emoção...
F – Você não tem cérebro.
E – Tenho, mas como você não tem olhos de ver, não o vê, dentro do meu coração.
F – Eu mostro a realidade.
E – Ajudo a enfrentá-la e transformá-la.
F – Eu descubro a realidade, que antes ninguém percebia.
E – Dou realidade ao irreal, que sempre existiu na realidade.
F – Assim, com ironia e vaidade, não chegaremos a lugar algum.
E - Não importa o que eu diga, onde estamos agora, já é nossa chegada.
F – Eu existo para melhorar a vida.
E – Sem mim, não há vida.
F – Eu estudo o passado, para melhorar o futuro.
E – Sou o passado e o futuro, ainda no presente.
F – Eu vejo somente o que existe.
E – Também só vejo o que existe. Quer ver ? Olhe para frente e com muita facilidade você também poderá ver um objeto flutuante que desliza celeremente sem tocar no chão, enquanto gira em torno de si mesmo, produzindo uma infinidade de pequenos elementos da flora, exalando perfumes variados, que toca cada transeunte desavisado, que por sua vez, acaba por levitar também... E, quanto mais rápido desliza, flutuando acima do solo, mais gira, mais floresce, mais perfuma e abrangendo uma área cada vez maior, contagia um maior número de pessoas. Parece que vai, positivamente, contaminar o mundo inteiro, quiçá o universo, com suas doces vibrações de leve euforia. Em estado de graça, muito em breve, todos os governantes da Terra reunir-se-ão e, em uníssono, como num só coração, ordenarão: Excluam a palavra guerra de todos os dicionários! De hoje em diante, a única preocupação de todos os povos será o entretenimento saudável, pois todos estarão saciados de letras, saúde, moradia, alimentos e principalmente de atenção e estímulos às realizações pessoais. E assim será cumprido, com muita harmonia. A paz reinará por completo.
F – Não é possível, estou sem paciência hoje, vou baixar o nível da conversação: Você é maluuucoooooooooooooo..........
E – Como assim ?
F – Cara, você é um doente, precisa se tratar. Simples, né ?
E – Ah...
F – Deve estar de onda com minha cara.
E – Desculpe, mas, agora fui eu quem não entendeu.
F – Vai procurar um psiquiatra que você vai entender rapidinho. Mas, do jeito que você viaja, vai demorar a entender, se é que vai entender um dia.
E – Já entendi tudo, a ciência, com suas razões, não dialoga no sentido da troca de sensações, emoções e sentimentos, como a arte faz. Não considera a beleza algo além do subjetivo, chegando ao objetivo, palpável. Descarta o imponderável, como se ele não existisse.
F – Basta, estou perdendo meu tempo. Nem preciso pesquisar muito. Você é cego mesmo. Esta beleza e harmonia, que você relatou, que fará o mundo melhor, como num passe de mágica, de um conto de fadas, na verdade é um ventilador velho amarrado atrás de uma bicicleta enferrujada. Parece quebrado, deve estar sendo levado para o conserto ou para o lixo!
E – Bem, finge que eu acredito em você. Por hoje, não se fala mais nisso...
F – Ah...
E – Agora você vai dizer que não existe mais ARTE...

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O monólogo do artista passa a estabelecer diálogo com o público quando sua arte é comentada...