GIOV. D'AND. - Assim, foi a recente continuação de um diálogo, iniciado em 15 de abril de 1452, que pareceu ter morrido em 02 de maio de 1519, entre a Arte - (A) e a Ciência - (C), enquanto Leonardo di Ser Piero da Vinci ouvia os Demons (Evil Demon - Good demon), que tomaram corpo, criaram vida e estão hoje presentes, sendo: “A”, o Arte e “C”, o Ciência. Da Vinci ouvia os demons? Eram dois "demônios"? Um bom e um mau? Que faz o bem e o mal?
Sinistro...
C – Eu sou a ciência !
A – Grandes coisas, eu sou a arte !
C – Apenas razão...
A – Muito mais que e tão somente emoção...
C – Você não tem cérebro.
A – Tenho, mas como você não tem olhos de ver, não o vê, dentro do meu coração.
C – Eu mostro a realidade.
A – Ajudo a enfrentá-la e transformá-la.
C – Eu descubro a realidade, que antes ninguém percebia.
A – Dou realidade ao irreal, que sempre existiu ou não na realidade.
C – Assim, com ironia e vaidade, não chegaremos a lugar algum.
A - Não importa o que eu diga, onde estamos agora, já é nossa chegada.
C – Eu existo para melhorar a vida. Sou o Quociente Intelectual.
A – Sem mim, não há vida. Sou o Quociente Emocional.
C - Eu sou a Ciência do Intelecto.
A - Sem Decifrar o Quociente Emocional, nada faz sentido em todo o Universo. Imagine o que de melhor há: por exemplo o Amor Verdadeiro de qualquer forma e natureza, não somente o amor fraternal. Sem o equilíbrio do quociente emocional, qualquer espécie de amor pode se transformar em amor passional (que leva à morte), amor suicida, amor ciumento, amor invejoso, amor desequilibrado etc.
C – Mudei de assunto, não suporto lhe ouvir. Eu estudo o passado, para melhorar o futuro.
A – Sou o passado e o futuro, mesmo que provável, hipotético com grandes chances de acertar, ainda no presente. E, ainda me recordo de tudo...
C – Eu vejo somente o que existe.
A – Também só vejo o que existe. Quer ver ? Olhe para frente e com muita facilidade você também poderá ver um objeto flutuante...
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Maquinações Mentais Da Vinci - Giov. D'And. |
...que desliza celeremente sem tocar no chão, enquanto gira em torno de si mesmo, produzindo uma infinidade de pequenos elementos da flora, exalando perfumes variados, que toca cada transeunte desavisado, que por sua vez, acaba por levitar também... E, quanto mais rápido desliza, flutuando acima do solo, mais gira, mais floresce, mais perfuma e abrangendo uma área cada vez maior, contagia um maior número de pessoas. Parece que vai, positivamente, contaminar o mundo inteiro, quiçá o universo, com suas suaves vibrações de leve euforia. Em estado de graça, muito em breve, todos os governantes da Terra reunir-se-ão e, em uníssono, como num só coração, ordenarão: Excluam a palavra guerra de todos os dicionários! De hoje em diante, a única preocupação de todos os povos será o entretenimento saudável, pois todos estarão saciados de letras, saúde, moradia, alimentos e principalmente de atenção e estímulos às realizações pessoais. Não haverá mais, nem dissabores. E assim será cumprido, com muita harmonia. A paz reinará por completo.
C – Não é possível, estou sem paciência hoje, vou baixar o nível da conversação: Você é maluuuucooooooo..............
A – Como assim ?
C – Cara, você é um doente, precisa se tratar. Simples, né ?
A – What ???
C – Deve estar de onda com minha cara.
A – Desculpe, mas, agora fui eu quem não entendeu.
C – Vai procurar um psiquiatra que você vai entender muito rápido. Mas, do jeito que você viaja, vai demorar a entender, se é que vai entender um dia.
A – Já entendi tudo, a ciência, com suas razões, não dialoga no sentido da troca de sensações, emoções e sentimentos, como a arte faz. Não considera a beleza algo além do subjetivo, chegando ao objetivo, palpável. Descarta o imponderável, como se ele não existisse.
C – Basta, estou perdendo meu tempo. Nem preciso pesquisar muito. Você é cego mesmo. Esta beleza e harmonia, que você relatou, que fará o mundo melhor, como num passe de mágica, de um delirante conto de fadas, na verdade é um ventilador velho amarrado atrás de uma bicicleta enferrujada. Parece quebrado, deve estar sendo levado para o conserto ou para o lixo!
A – Bem, finge que eu acredito em você. Por hoje, não se fala mais nisso...
C – What, digo eu...
A – Agora você vai dizer que não existe mais ARTE !!!
Giov. D'And.
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O monólogo do artista passa a estabelecer diálogo com o público quando sua arte é comentada...